Quando os trabalhadores têm mais de uma opção de plano de saúde, qual o perfil dos que escolhem mudar de plano, e quando isto ocasiona uma seleção adversa, fazendo com que os trabalhadores saudáveis deixem certos planos de saúde e permaneçam apenas aqueles com perfil de alto custo? As evidências sugerem que, na maioria, são trabalhadores mais jovens ou com renda mais alta sem cobertura familiar, o que efetivamente aumenta o risco de seleção adversa, de acordo com uma nova análise do Instituto de Pesquisa de Benefícios a Empregados (EBRI), de Washington, nos Estados Unidos. Para a análise foram levantados dados administrativos e a experiência de um grande empregador que aumentou a oferta de quatro planos de saúde para um total de 10 planos em 2015. Os resultados mostraram que a maioria dos que mudaram de plano continuaram no mesmo tipo de seguro de saúde. A fim de evitar a seleção adversa, o empregador forneceu incentivos financeiros para estimular as pessoas com perfil de vários riscos à saúde a se inscreverem nos novos planos. Mas, apesar dos incentivos, os trabalhadores mais velhos eram menos propensos a mudar de planos de saúde do que os trabalhadores mais jovens. Os autores da pesquisa observaram que há forte tendência para que os empregadores do setor privado ofereçam aos seus trabalhadores mais opções de planos de saúde. Em 1996, 21,5% das empresas ofereciam dois ou mais planos de saúde nos Estados Unidos, percentual que subiu para 41,4% em 2010 e 45,9% em 2015. Outra constatação é a de que existe pouca pesquisa empírica sobre o perfil dos trabalhadores que mudam de plano e suas motivações, além da falta de análises sobre se a introdução de mais opções pode contribuir para a seleção adversa.