Quando as mutações constantes do vírus influenza e seus subtipos circulam pelo país mais facilmente é um alerta para os riscos da doença que mata 650 mil pessoas no mundo todos os anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A boa notícia é que existe uma forte aliada da saúde, a vacina, forma mais eficiente de prevenção da gripe.

Crianças entre seis meses e cinco anos, professores, trabalhadores da área da saúde, idosos, indígenas, pessoas privadas de liberdade, gestantes e mulheres que deram à luz há menos de 45 dias são os alvos da campanha do Ministério da Saúde para receber a vacina gratuitamente nos postos da rede pública.

No entanto, a recomendação da Sociedade Brasileira de Imunizações é que todas as pessoas a partir dos seis meses de vida devem ser imunizadas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou os nomes das vacinas aprovadas para prevenir a gripe em 2019, produzidas com base nas mutações constantes do vírus influenza e dos subtipos.

As vacinas são Fluarix Tetra, da GlaxoSmithKline Brasil Ltda; Influvac, da Abbott Laboratórios do Brasil Ltda; Influvac Tetra, da Abbott Laboratórios do Brasil Ltda; Vacina Influenza trivalente (fragmentada e inativada), do Instituto Butantan; Vacina Influenza Trivalente (subunitária, inativada), do Medstar Importação e Exportação Eireli; e Vaxigrip, da Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda.

A gripe pode ter sérias repercussões, a exemplo da pneumonia e do infarto, e a vacinação anual é decisiva para a proteção. No entanto, a população alcançada com as campanhas tem sido menor do que o esperado pelo Ministério da Saúde. Esse dado preocupa quando se sabe que, no ano passado, o número de crianças que morreram em razão da gripe triplicou no Brasil. Foram 44, ante 14 óbitos em 2017. Ao todo, o vírus influenza fez 535 vítimas no país em 2018, com 3.122 casos registrados.

A quantidade de pessoas imunizadas menor do que o planejado se deve, de acordo com os especialistas do Ministério da Saúde, à falta de percepção da população sobre o risco das doenças. Há também algo mais grave, o medo das vacinas, que cresceu no mundo todo com o movimento antivacina e tem impacto na queda do número de vacinados. Os argumentos contra as vacinas surgiram depois da publicação de um estudo, em 1998, que indicava uma possível relação entre a vacina tríplice viral e o desenvolvimento do autismo.

O estudo foi questionado posteriormente por falta de embasamento, mas a essa altura já tinha influenciado a opinião de muita gente. A maior preocupação dos médicos sobre o movimento antivacina é que doenças erradicadas possam retornar ao Brasil, a exemplo do sarampo, poliomielite e rubéola. Em 2017, foi registrado o menor número, em 16 anos, de vacinados contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela. As sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP) e Infectologia (PNI) assinaram, no ano passado, um manifesto no qual alertam sobre a possibilidade de retorno da pólio e da reemergência do sarampo no Brasil.