O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que surgiram 36.360 novos casos de câncer no intestino no ano passado no Brasil. Também conhecida como câncer colorretal, a doença que avança em homens e mulheres em proporções semelhantes preocupa autoridades da saúde e seu combate é tema da campanha Março Azul, que reforça a importância da prevenção.

Isso porque o câncer colorretal pode ser evitado com a mudança de hábitos e também é tratável, se detectado precocemente. Existe um perfil mais propenso ao desenvolvimento da doença, e tem a ver com a idade e os hábitos alimentares. Pessoas acima dos 50 anos, com excesso de peso e com alimentação pobre em produtos naturais como frutas, legumes, vegetais, cereais e outras fibras, e que ingerem embutidos além de carne vermelha em excesso estão sob maior risco.

Evitar que a má alimentação acabe gerando doença é algo possível com a adoção de comportamentos saudáveis, que também passam por uma rotina de atividades físicas e controle do peso, atitudes que, comprovadamente, são benéficas e estão ligadas à redução dos riscos da doença. O mesmo vale para o tabagismo e o alcoolismo, que aumentam a propensão ao câncer.

Outros fatores são o histórico pessoal de pólipos ou câncer colorretal, além de doença inflamatória intestinal, a exemplo da colite ulcerativa e da doença de Crohn. A história da doença na família também aumenta as chances, sobretudo se ocorreu em um ou mais parentes de primeiro grau. Nesses casos, é importante obter orientação médica sobre a possibilidade de realizar uma investigação genética, a fim de saber se existe alguma síndrome hereditária na família, como síndrome de Lynch ou a polipose adenomatosa familiar.

Em todo caso, o ideal é prevenir a doença realizando exames regulares para a detecção precoce da doença, o que é recomendado a partir dos 45 anos de idade. O desenvolvimento do câncer colorretal é lento desde que as primeiras células anormais começam a formar pólipos e até que o câncer se estabeleça. Por esta razão, os exames preventivos podem evitar que a doença surja.

 

Neurônios no intestino

A saúde do intestino tem relevância ainda maior quando sabemos quais são as suas funções em nosso organismo. Para começar, as células que formam o intestino são iguais às que constituem o cérebro, os neurônios. É no intestino que se produz 90% da serotonina, neurotransmissor responsável pelo bem-estar do organismo. O intestino tem autonomia em seu funcionamento, ou seja, independe dos comandos cerebrais para produzir outras dezenas de transmissores que promovem a comunicação entre as estruturas do corpo, além de liberar substâncias digestivas e produzir os movimentos para expulsão do bolo fecal.

Outro aspecto essencial é a presença da microbiota, ou flora intestinal. São cerca de 100 trilhões de bactérias que auxiliam na digestão dos alimentos, além de proteger o corpo das infecções. Dá pra perceber o quanto o intestino é importante para a saúde, não é mesmo? Portanto, foco na prevenção.