Desde que foi descoberto, no final do ano passado na China, o novo coronavírus tem sido um desafio para populações de diversos países. Embora a vacina contra a COVID-19 ainda esteja em estudo, as informações sobre sintomas, prevenção e diagnóstico dessa doença que causa infecções respiratórias podem ajudar a vencer a guerra contra o vírus. Além de entender como o coronavírus se comporta, vale a pena relembrar como funcionam a gripe e o resfriado. Essas duas têm sintomas parecidos: espirro, coriza, dor de cabeça, nariz entupido e garganta irritada são os mais comuns. Mas a diferença entre elas existe e deve ser observada com atenção. Ao contrário do resfriado, a gripe debilita o paciente, faz com que ele se afaste das atividades diárias, justamente porque os sintomas são bem mais intensos. Ou seja, se esse for o quadro do paciente, um erro grave seria imaginar que é só um resfriado, ou mesmo uma rinite alérgica. A situação fica mais comum entre o outono e o inverno, portanto é preciso começar a prestar atenção a possíveis sintomas para ter certeza de qual é mesmo o problema, ainda que seja necessária a ajuda de um médico no diagnóstico. Atentos aos sintomas Em primeiro lugar, é preciso conhecer os sintomas. A COVID-19 pode provocar tosse, febre alta constante e falta de ar. Pode, também, causar infecção do trato respiratório inferior, a exemplo da pneumonia. No resfriado, a pessoa pode ter uma leve dor de garganta (faringite), febre em torno dos 37º C e indisposição. Dessa forma, o quadro permanece durante três ou quatro dias e, em seguida, o paciente começa a melhorar. Tudo isso acontece sem provocar mudanças na rotina profissional e na vida pessoal. Quando se está com gripe, a febre é alta, chegando a passar dos 38,5º C e persistente por vários dias. Aliás, a febre já é a primeira responsável por deixar a pessoa de cama, somada às dores no corpo, mal-estar intenso e dor de cabeça. Ou seja, o quadro é bem mais sério e o vírus pode se manifestar em todo o aparelho respiratório, chegando aos pulmões. Justamente essa intensidade, caso não receba tratamento adequado, pode trazer complicações graves e, eventualmente, a morte. Defesas naturais Uma vez que ainda não adquiriram imunidade contra os vírus do resfriado e da gripe, as crianças são mais vulneráveis a eles. Com o tempo, a imunidade é reforçada, mas, como vão surgindo novos tipos de vírus, esses problemas podem retornar durante toda a vida. Assim que as melhores defesas contra esses problemas são os bons hábitos. Lavar as mãos corretamente; cobrir a boca e o nariz com um lenço ao tossir ou espirrar, para bloquear a disseminação do vírus; e evitar aperto de mãos se a pessoa está gripada ou resfriada são alguns deles. E também não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos e garrafas; evitar locais fechados e aglomerações; manter os ambientes ventilados; evitar contato com pessoas doentes; praticar exercícios físicos e manter-se hidratado e bem alimentado. No caso do coronavírus, as recomendações sobre a lavagem correta das mãos, uso de álcool gel, não compartilhamento de objetos de uso pessoal, manutenção dos ambientes ventilados e cuidados específicos ao espirrar e tossir, para evitar a transmissão do vírus, somam-se às restrições de contato social. O isolamento é considerado a melhor forma de se prevenir contra a transmissão da doença e, assim, soluções como trabalho em home office e atividades físicas em casa, por exemplo, têm sido aliados para enfrentar essa fase. O risco das aglomerações É a proximidade entre as pessoas em locais fechados e não a temperatura do ambiente que facilita as transmissões virais. Ou seja, o vento frio faz as pessoas ficarem juntas em lugares abrigados, e é esse comportamento que permite a transmissão dos vírus. Isso porque, inevitavelmente, quem estiver doente vai tossir, espirrar e falar próximo a outras pessoas, e o vírus pode alcançar os demais se a distância entre elas for menor que um metro. Atenção ao tratamento A boa notícia é que tratar a gripe é algo que se pode fazer em casa, com repouso e hidratação oral, para eliminar as secreções mais facilmente. Em segundo lugar, analgésicos e antitérmicos, preferencialmente paracetamol e dipirona, são importantes para combater a febre e a dor. Xaropes e descongestionantes nasais também ajudam a enfrentar o quadro gripal. Portanto, buscar emergências e hospitais só em casos graves, até porque esses locais recebem outros doentes e são ambientes propícios para a transmissão da gripe e de outras doenças. No caso do coronavírus, embora não haja tratamento específico, aliar repouso, consumo de líquidos e medicamento para dor e febre é importante para fazer frente ao vírus. Com o teste positivo para a doença, é fundamental contar com ajuda médica para evitar complicações, sobretudo em idosos, pessoas com doenças crônicas e imunodeprimidas. Vacinação começa mais cedo A campanha de vacinação contra o vírus da gripe, do Ministério da Saúde, vai começar no próximo dia 23 de março. Esse ano, em razão da pandemia provocada pelo novo coronavírus, os idosos serão o primeiro grupo a receber a vacina, uma vez que são os mais vulneráveis a ter complicações graves com a doença. Além disso, a vacina contra o coronavírus ainda está sendo desenvolvida, e os especialistas calculam que só estará disponível em até um ano e meio. A vacina contra a gripe protege contra tipos de influenza (família do H1N1) e não contra o coronavírus. No entanto, o benefício é que pode ajudar no diagnóstico por eliminação, se houver suspeita de COVID-19. Isso porque os profissionais de saúde podem descartar o H1N1 na triagem de pacientes com sintomas gripais mas que tomaram a vacina. Acompanhe o calendário de vacinação contra a gripe A partir de 23 de março: Idosos com mais de 60 anos ou trabalhadores da saúde. A partir de 16 de abril: Podem se vacinar professores e profissionais de segurança e salvamento. A partir de 9 de maio: É a vez das crianças de 6 meses a menores de 6 anos, doentes crônicos, pessoas com 55 anos ou mais, grávidas, mães no pós-parto, população indígena e portadores de condições especiais. Dia D de vacinação: 9 de maio Fontes: Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia